Falamos muito de inovação, criatividade para inovação, mudanças organizacionais, choque de gestão… mas percebo muita conversa e pouca prática!

Porque isso acontece? Porque as empresas não colocam em prática tudo isso que tanto discutimos no dia a dia? É simples: medo de dar errado!

Podemos dar várias justificativas, muitos vão dizer que não é bem medo… mas vamos ser honestos: quem não tem medo em mexer em time que está ganhando?

Pois bem, se ter medo é algo intrínseco do ser humano, como podemos amenizar esse medo, reduzir os riscos e inovar de verdade? Usando a metodologia Lean Startup e o conceito do MVP.

Já discuti o que é lean startup e MVP – produto mínimo viável em outros posts. Aqui quero mostrar como é possível utilizar-se deste conceito para diminuir os riscos e assim não temer o erro!

lean startup imagemJá sabemos que o conceito do MVP é usado para o lançamento de um novo produto ou serviço, o que estou propondo aqui é utilizar-se deste conceito para fazer uma mudança na linha de produção; nos procedimentos da empresa ou, antes de se comprar um novo equipamento.

Só para exemplificar e mostrar que é possível vou deixar um exemplo real de como usar o conceito do MVP antes de se comprar novos equipamentos. Tenho um amigo que trabalha em uma média empresa que faz a montagem de laptops e tablets. Ele estava com problemas no fluxo de informação da empresa e não conseguia “enxergar” onde cada ordem de serviço (OS) estava dentro da empresa.

Você pode pensar que é só implementar um software na linha de produção. Resolvido! Sim, isso mesmo, mas esse passo simples requer investimento em software e hardware. E depois o treinamento dos funcionários para que lembrem de lançar os dados corretamente no software!

Pois bem, o medo da empresa era o custo que tudo isso iria gerar e se o benefício depois efetivamente aconteceria. Meu amigo poderia ter se dado por vencido e pronto, entretanto ele conhece o conceito do MVP e resolveu aplica-lo neste caso.

O que ele fez: primeiro pediu autorização para utilizar 10 tablets que estavam no “refugo” da empresa (aparelhos que foram considerados inadequados para serem vendidos ao cliente). Com a autorização em mãos ele copiou a OS em uma planilha compartilhada na Internet; colocou cada um dos aparelhos no start de um processo produtivo e mostrou para os funcionários como era fácil preencher a planilha no tablet (era a mesma OS que estavam acostumados a usar, a diferença que estava on line).

Um mês depois o diretor da empresa veio falar com ele, queria saber o que aconteceu na linha de produção, já que os prazos estavam sendo cumpridos corretamente e quando não era possível o cliente era avisado com 15 dias de antecedência.

Meu amigo mostrou o que fez com os tablets e com a simples planilha on line. Disse também as melhorias que poderiam ser feitas com um software e pontuou o mais importante: “os resultados são positivos porque não alterei a forma como os funcionários deveriam preencher a OS”. Pronto: diretoria convencida e software instalado. Medo de perder dinheiro acabado!

O que quero frisar aqui: durante o período de teste do MVP meu amigo percebeu que se caso tivesse mudança no formato da OS, na posição de algum dado, provavelmente ele teria dificuldade em convencer os funcionários a lançarem os dados no momento correto e mais ele ainda teria muito trabalho para treiná-los a preencher o novo formato de OS.

É para isso que o MVP serve; para analisar as possibilidades, o que pode ser melhorado, onde podem estar os problemas e o que mais deve ser feito para que a empresa cresça com o mínimo de erro.

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