Propriedade Intelectual

Por Sandra Elisabeth

A propriedade intelectual (PI) é um tema crucial para startups, especialmente aquelas focadas em inovação e entender seus conceitos, vantagens e desvantagens pode ser a chave para o sucesso e a sustentabilidade no mercado competitivo.

Propriedade intelectual refere-se aos direitos legais concedidos a indivíduos ou empresas sobre suas criações e esses direitos permitem que os criadores protejam suas invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes e imagens usados no comércio, podendo incluir patentes, marcas registradas, direitos autorais e segredos industriais.  

Entre as vantagens da Propriedade Intelectual estão a proteção legal, pode se tornar uma vantagem competitiva e ampliar a monetização com licenças.

As desvantagens podem ser custos elevados, a complexidade legal e o tempo de registro, que pode inclusive atrasar o lançamento de produtos e serviços, o que pode possibilitar em alguns casos que concorrentes lancem soluções que apesar de não serem iguais, podem ‘servir’ para a mesma finalidade, e ganharem o mercado.

Há ainda a dificuldade em proteger pequenas inovações, já que elas nem sempre são elegíveis para patentes, limitando a capacidade de uma startup proteger suas inovações.

A propriedade intelectual é uma ferramenta poderosa para startups de inovação incremental, oferecendo proteção e vantagens competitivas, mas também apresentando desafios significativos.

Gestão da Inovação com o Modelo A-F

Por Sandra Elisabeth

Estamos vivendo um paradoxo, onde as empresas só conseguem lucrar se forem eficientes, aplicando regras de acordo com seus planos e evitando, na medida do possível, tudo o que for impossível de ser explicado.

Essa abordagem garante lucros no curto prazo, mas, a longo prazo, apenas as empresas que se adaptam às mudanças e trazem inovação ao seu setor e mercado conseguem se manter.

Nas empresas mais inovadoras, as pessoas designadas para tarefas específicas de inovação são removidas parcial ou totalmente das operações diárias, permitindo que se concentrem exclusivamente em inovar.

Uma empresa é considerada inovadora quando combina processos de inovação independentes e os executa regularmente e a inovação contínua é a soma desses projetos.

Os estágios ou fases de um processo de inovação devem resultar da interação dos envolvidos com cada inovação, dependendo dos objetivos e da natureza do projeto, requerendo um processo e uma sequência próprios.

Por exemplo, os estágios para aprimorar um motor são diferentes dos necessários para melhorar a qualidade de um tecido.

As fases ou estágios de um processo de inovação não podem ser predeterminados, mas devem emergir da intenção de um conjunto de funções ou papéis desempenhados por certos indivíduos.

Funções essenciais para a inovação

Para inovar, a empresa deve definir as seguintes funções:

  • Ativadores: Iniciam o processo de inovação.
  • Buscadores: Especialistas em busca de informação.
  • Criadores: Produzem ideias para o grupo.
  • Desenvolvedores: Transformam ideias em produtos e serviços.
  • Executores: Cuidam da implementação e execução.
  • Facilitadores: Aprovam novos itens de despesa e o investimento necessário.
Gestão da Inovação com Modelo A-F. Fonte: Kotler e Trías de Bes

Com essas funções bem definidas e uma abordagem flexível, as empresas podem navegar pelo paradoxo da eficiência e inovação, garantindo sua sustentabilidade e sucesso a longo prazo.

Sistema total de inovação

Por Sandra Elisabeth

No livro “A Bíblia da Inovação”, de Philip Kotler e Fernando Trías de Bes, o Sistema Total de Inovação é apresentado como uma abordagem abrangente para a gestão da inovação dentro das empresas, integrando todas as áreas e processos organizacionais para fomentar uma cultura de inovação contínua e sustentável.

Sistema Total de Inovação. Fonte: Kotler e Trías de Bes, 2012

Os autores destacam que os principais componentes do Sistema Total de Inovação, representado na figura acima, são:

  • Cultura de Inovação: Promover um ambiente onde a criatividade e a inovação são incentivadas e valorizadas em todos os níveis da empresa.
  • Processos de Inovação: Estruturar processos claros e eficientes para a geração, seleção e implementação de novas ideias.
  • Gestão de Ideias: Coletar, avaliar e priorizar ideias de diferentes fontes, tanto internas quanto externas.
  • Execução Rápida: Implementar as ideias selecionadas de forma ágil para responder rapidamente às mudanças do mercado.
  • Alinhamento Estratégico: Garantir que todas as iniciativas de inovação estejam alinhadas com a estratégia geral da empresa.
  • Medição e Aprendizado: Monitorar os resultados das iniciativas de inovação e aprender continuamente com as experiências para melhorar os processos futuros.

Para apoiar a criatividade, que é central no processo de desenvolvimento da inovação, é fundamental que a equipe esteja motivada a inovar, possua pensamento criativo e tenha expertise para transformar ideias em inovações.

Tipos de Inovação

Por Sandra Elisabeth

Quando falamos de inovação, não estamos apenas pensando em novos produtos e serviços, mas também em processos e modelos de negócios que transformam mercados e nossa maneira de viver. Vamos explorar alguns tipos de inovação que estão moldando o mundo:

Tipos de Inovação

  • Inovação Radical: Cria novos mercados.
  • Inovação Disruptiva: Quebra paradigmas dos produtos já desenvolvidos.
  • Inovação Incremental: Foca na melhoria contínua dos produtos.
  • Inovação Modular: Altera módulos, mantendo a funcionalidade intacta.

Inovação Radical

A inovação radical não se contenta em melhorar o que já existe; ela revoluciona tudo! Imagine um mundo sem televisões. De repente, Philo Farnsworth surge com a invenção da TV, criando não só um produto, mas um novo mercado. Ninguém sabia que precisava de um aparelho de TV, até que ele apareceu, transformando nosso entretenimento para sempre.

Inovação Incremental

Se a inovação radical é um salto quântico, a inovação incremental é um passo contínuo em direção à perfeição. Adicionar uma nova câmera ao celular, introduzir funcionalidades em aplicativos ou lançar um novo modelo de carro a combustão são exemplos de inovações incrementais. Elas ocorrem em três níveis: básico, intermediário e avançado, cada um trazendo melhorias graduais, mas significativas.

Inovação Modular

A inovação modular se concentra em modificar componentes específicos de produtos ou processos sem alterar sua essência. Pense na evolução do armazenamento de dados: do disquete para o pen drive e, eventualmente, para a nuvem. Para que o pen drive se tornasse uma realidade, computadores e notebooks também tiveram que inovar, adicionando portas USB. A inovação modular frequentemente vem acompanhada de inovações incrementais ou radicais em outros produtos.

Inovação Disruptiva

A inovação disruptiva é aquela que destrói paradigmas antigos e coloca algo novo no lugar. Considere a transformação dos computadores pessoais: do desktop, que ficava fixo em casa, para o notebook, que nos acompanha onde quer que vamos. Essa mudança não criou um novo mercado, mas alterou fundamentalmente o produto existente, tornando-o ainda mais pessoal e acessível.

A inovação, seja incremental ou radical, é o motor que impulsiona economias e faz crescer mercados. Ela transforma setores inteiros, cria novas oportunidades e nos desafia a pensar de maneiras nunca antes imaginadas. Portanto, nunca subestime o poder de uma boa ideia e a necessidade constante de inovar.

Ideia, Invenção e Inovação: Entendendo as Diferenças

Por Sandra Elisabeth

Existe uma diferença crucial entre ideia, invenção e inovação, e essa diferença está intimamente ligada à monetização!

A ideia é a identificação de uma oportunidade de produto ou serviço presente no mercado. É o famoso momento “Eureka”, quando se descobre uma solução para as necessidades dos clientes. Enquanto essa ideia não é executada, ela permanece apenas como uma ideia inovadora.

Quando se cria um protótipo ou modelo, surge a invenção, que pode ou não ser patenteada. Mesmo transformando o protótipo em produto, ele ainda é uma invenção. Só se tornará uma inovação quando for aceito pelo mercado, ou seja, quando houver monetização!

Para que a inovação aconteça, é fundamental conhecer as necessidades e desejos do mercado que se pretende atender. Assim, após o processo de ideia e invenção, o projeto pode se transformar em uma inovação.

Existem diversos tipos de inovação: radical, disruptiva, modular e incremental. Independentemente do tipo, para ser considerada uma inovação real, é preciso que haja monetização, seja através de vendas e faturamento, ou mesmo redução de custos, no caso de inovações em modelos de negócios.

O fato é que, apesar das inúmeras patentes existentes no Brasil, o índice de inovação ainda é muito baixo. Isso ocorre porque muitos projetos não conseguem atingir seus mercados alvo, permanecendo no estágio de invenção.