Por Sandra Elisabeth
A inovação aberta, conforme definida por Henry Chesbrough (2006), é o uso intencional de entradas e saídas de conhecimento para acelerar a inovação interna e expandir os mercados para uso externo da inovação, sugerindo que as empresas devem utilizar tanto ideias externas quanto internas, além de caminhos internos e externos para o mercado, a fim de avançar em suas tecnologias.
O processo começa com uma avaliação interna detalhada e benchmarking para entender o estado atual do modelo de negócios, sendo necessária para identificar pontos fortes e áreas de melhoria. Na sequência, as empresas que desejam inovar de forma aberta precisam integrar suas ideias e tecnologias com a de parceiros externos, gerindo eficazmente a propriedade intelectual, buscando, se preciso, serviços de licenciamento e proteção de PI para garantir que suas inovações estejam seguras e bem aproveitadas.
Desenvolver produtos baseados em inovação aberta é importante para manter a competitividade, pois os modelos tradicionais tornaram-se obsoletos, já que os modelos de negócios evoluíram de sistemas fechados para sistemas mais abertos e colaborativos, impulsionados pela globalização e avanços tecnológicos.
Empresas que adotam a inovação aberta podem obter uma vantagem competitiva significativa, acessando uma gama mais ampla de ideias e tecnologias, o que pode acelerar o processo de inovação e permitir o lançamento de novos produtos e serviços mais rapidamente.
Ainda no conceito de inovação aberta, tem-se a democratização da inovação, que trata da inovação centrada no usuário, permitindo o desenvolvimento de novos produtos e serviços por conta própria, graças aos avanços na tecnologia da informação e comunicação. Nestes casos, comunidades de inovação e usuários líderes desempenham um papel crucial, compartilhando livremente suas inovações e criando um rico “commons” intelectual.
Neste cenário, os ecossistemas de inovação se tornam redes de organizações interconectadas que colaboram e competem ao mesmo tempo para criar e capturar valor, incluindo empresas, universidades, instituições de pesquisa, governos e outras entidades. A estrutura de um ecossistema de inovação é complexa e envolve múltiplos níveis de interação, com fronteiras organizacionais fluidas que permitem a troca de conhecimento e recursos entre os participantes.
A gestão destas redes e a criação de valor são importantes para maximizar a eficiência e a eficácia da inovação, sendo necessário que as empresas alisem seu ecossistema para identificar oportunidades e ameaças, criar estratégias que aproveitem as forças do ecossistema e considerar as dinâmicas de cooperação e competição simultâneas na execução de estratégias de inovação.
Isto porque, estas redes de colaboração e parcerias estratégicas são fundamentais para a inovação aberta, permitindo acesso a conhecimento externo, compartilhamento de riscos, complementaridade de recursos e criação de ecossistemas de inovação. Colaborar com outras organizações pode aumentar a competitividade das empresas, permitindo-lhes responder mais rapidamente às mudanças do mercado e às demandas dos clientes.
Portanto, a inovação aberta se apresenta como um paradigma indispensável para empresas que buscam se manter competitivas e relevantes em um mercado cada vez mais dinâmico. Ao abraçar a colaboração externa, gerenciar eficazmente a propriedade intelectual e integrar-se em ecossistemas de inovação, as empresas não só aceleram o desenvolvimento de novos produtos e serviços, como também fortalecem sua capacidade de adaptação e resposta às transformações do mercado. Assim, investir em inovação aberta não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade para prosperar na era da informação e da globalização.