Desenvolvimento de Novos Serviços

Por Sandra Elisabeth

O desenvolvimento de novos serviços é essencial para a competitividade e o crescimento das empresas no cenário contemporâneo e este processo envolve a criação de soluções inovadoras que atendam às necessidades dos clientes, enquanto utilizam recursos de maneira eficiente e sustentável.

A falta de um entendimento claro do que constitui um serviço pode levar a falhas no design e entrega; e um conceito de serviço bem definido pela empresa deve incluir os benefícios esperados pelos clientes, as capacidades organizacionais necessárias para entregar o serviço e a forma como ele será percebido pelos clientes.

O conceito de serviço é essencial para alinhar as expectativas dos clientes com a entrega do serviço, garantindo que todos os elementos deste sejam bem definidos e integrados no processo de design e implementação, servindo como um guia para o desenvolvimento e implementação de novos serviços, alinhados com as expectativas dos clientes (Goldstein et al., 2002).

O marketing está evoluindo para uma nova lógica dominante, onde o foco está na co-criação de valor com os clientes, em vez da simples troca de bens e esta abordagem enfatiza a importância dos serviços na criação de valor e a necessidade de integrar os clientes no processo de desenvolvimento de novos serviços (Vargo e Lusch, 2004).

Os serviços são fundamentais para a economia moderna e eles ressaltam a necessidade de um foco estratégico no design e entrega de serviços, onde a experiência do cliente é central (Bitner e Brown, 2008).

A inovação em serviços, portanto, não é apenas uma opção, mas uma imperatividade para o sucesso empresarial, podendo inclusive criar novos mercados, pois ao introduzir serviços inovadores, as empresas se diferenciam da concorrência e conquistam novos clientes.

Esta criação de novos mercados através da inovação em serviços envolve compreender profundamente as necessidades dos clientes e desenvolver soluções que atendam a essas necessidades de maneira única (Berry et al., 2006).

A implementação de inovações em serviços tem ultrapassado a barreira da exclusividade de empresas de serviços, chegando à empresas que tradicionalmente eram focadas em produtos, havendo uma transição de mentalidade orientada para produtos para uma orientada para serviços, sendo atualmente, essencial para a sobrevivência e crescimento a longo prazo (Bettencourt e Brown, 2013).

Empresas que conseguem integrar a inovação em serviços em sua estratégia de negócios podem oferecer experiências mais completas e satisfatórias aos clientes.

É necessário que haja uma abordagem integrada que combine elementos de várias teorias para desenvolver novos serviços eficazes e a combinação de diferentes perspectivas teóricas permite que as empresas obtenham uma visão mais completa e aplicada do desenvolvimento de novos serviços ( Lenhari e Quadros, 2013).

O desenvolvimento de novos serviços é uma área crítica para a inovação e o crescimento empresarial. A evolução da lógica de marketing, a imperatividade dos serviços, a criação de novos mercados, a integração de serviços em empresas de produtos, um conceito claro de serviço e a gestão eficaz da inovação são elementos essenciais para o sucesso nesta área.

Compreender e aplicar essas estratégias pode ajudar as empresas a oferecer serviços inovadores que atendam às necessidades dos clientes e impulsionem o crescimento sustentável.

Inovação Aberta: Transformando Ideias em Realidade

Por Sandra Elisabeth

A inovação aberta, conforme definida por Henry Chesbrough (2006), é o uso intencional de entradas e saídas de conhecimento para acelerar a inovação interna e expandir os mercados para uso externo da inovação, sugerindo que as empresas devem utilizar tanto ideias externas quanto internas, além de caminhos internos e externos para o mercado, a fim de avançar em suas tecnologias.

O processo começa com uma avaliação interna detalhada e benchmarking para entender o estado atual do modelo de negócios, sendo necessária para identificar pontos fortes e áreas de melhoria. Na sequência, as empresas que desejam inovar de forma aberta precisam integrar suas ideias e tecnologias com a de parceiros externos, gerindo eficazmente a propriedade intelectual, buscando, se preciso, serviços de licenciamento e proteção de PI para garantir que suas inovações estejam seguras e bem aproveitadas.

Desenvolver produtos baseados em inovação aberta é importante para manter a competitividade, pois os modelos tradicionais tornaram-se obsoletos, já que os modelos de negócios evoluíram de sistemas fechados para sistemas mais abertos e colaborativos, impulsionados pela globalização e avanços tecnológicos.

Empresas que adotam a inovação aberta podem obter uma vantagem competitiva significativa, acessando uma gama mais ampla de ideias e tecnologias, o que pode acelerar o processo de inovação e permitir o lançamento de novos produtos e serviços mais rapidamente.

Ainda no conceito de inovação aberta, tem-se a democratização da inovação, que trata da inovação centrada no usuário, permitindo o desenvolvimento de novos produtos e serviços por conta própria, graças aos avanços na tecnologia da informação e comunicação. Nestes casos, comunidades de inovação e usuários líderes desempenham um papel crucial, compartilhando livremente suas inovações e criando um rico “commons” intelectual.

Neste cenário, os ecossistemas de inovação se tornam redes de organizações interconectadas que colaboram e competem ao mesmo tempo para criar e capturar valor, incluindo empresas, universidades, instituições de pesquisa, governos e outras entidades. A estrutura de um ecossistema de inovação é complexa e envolve múltiplos níveis de interação, com fronteiras organizacionais fluidas que permitem a troca de conhecimento e recursos entre os participantes.

A gestão destas redes e a criação de valor são importantes para maximizar a eficiência e a eficácia da inovação, sendo necessário que as empresas alisem seu ecossistema para identificar oportunidades e ameaças, criar estratégias que aproveitem as forças do ecossistema e considerar as dinâmicas de cooperação e competição simultâneas na execução de estratégias de inovação.

Isto porque, estas redes de colaboração e parcerias estratégicas são fundamentais para a inovação aberta, permitindo acesso a conhecimento externo, compartilhamento de riscos, complementaridade de recursos e criação de ecossistemas de inovação. Colaborar com outras organizações pode aumentar a competitividade das empresas, permitindo-lhes responder mais rapidamente às mudanças do mercado e às demandas dos clientes.

Portanto, a inovação aberta se apresenta como um paradigma indispensável para empresas que buscam se manter competitivas e relevantes em um mercado cada vez mais dinâmico. Ao abraçar a colaboração externa, gerenciar eficazmente a propriedade intelectual e integrar-se em ecossistemas de inovação, as empresas não só aceleram o desenvolvimento de novos produtos e serviços, como também fortalecem sua capacidade de adaptação e resposta às transformações do mercado. Assim, investir em inovação aberta não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade para prosperar na era da informação e da globalização.

Da Ideia ao Lançamento: O Poder do Funil de Inovação

Por Sandra Elisabeth

O funil de inovação é uma abordagem essencial para a gestão de novos produtos e projetos, facilitando a transformação de ideias em inovações de sucesso no mercado, trata-se de uma metodologia que permite as empresas identificarem, desenvolverem e lançarem produtos inovadores de forma estruturada e eficiente.

Os fatores de sucesso no desenvolvimento de novos produtos incluem uma compreensão clara das necessidades dos clientes, um forte alinhamento estratégico e um processo bem definido para gerir o desenvolvimento de produtos.

O funil de inovação começa com uma ampla gama de ideias, que são gradualmente refinadas e filtradas até que apenas as mais viáveis e promissoras permaneçam (Cooper, 2019).

Salvato e Laplume (2020) introduzem o conceito de Agile Stage-Gate para produtos físicos, uma metodologia que combina a abordagem ágil com o processo Stage-Gate tradicional, o que proporciona uma maior flexibilidade e capacidade de resposta durante o desenvolvimento de produtos, facilitando ajustes rápidos às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes.

O processo Stage-Gate envolve etapas bem definidas desde a concepção até o lançamento do produto, cada uma acompanhada de critérios rigorosos de avaliação para garantir que apenas os projetos mais promissores avancem (Cooper, 2008).

Cooper e Sommer (2016) reforçam a importância de metodologias ágeis na gestão de portfólios de inovação, destacando que a integração de práticas ágeis com o Stage-Gate resulta em um desenvolvimento mais rápido e responsivo, permitindo que as empresas ajustem suas estratégias de inovação em tempo real, mantendo-se competitivas em um ambiente de mercado dinâmico.

Esta experimentação mais rápida e contínua auxilia as empresas à inovarem de forma eficaz, permitindo ajustes rápidos e iterativos no desenvolvimento de produtos (Rogers, 2016).

O funil de inovação é uma ferramenta poderosa para a gestão de novos produtos, combinando práticas tradicionais e ágeis para maximizar a eficiência e a eficácia do processo de inovação. A integração de metodologias como o Agile Stage-Gate e a experimentação rápida permite que as empresas se adaptem rapidamente às mudanças do mercado, garantindo um fluxo contínuo de inovações bem-sucedidas.

Análise de Portfólio: Estratégias Inovadoras para a Gestão de Projetos

Por Sandra Elisabeth

A análise de portfólio é uma ferramenta essencial para a gestão eficaz de projetos e produtos dentro das organizações, permitindo que as empresas avaliem e priorizem suas iniciativas, garantindo que recursos sejam alocados de maneira eficiente e estratégica.

Philip Kotler, amplamente considerado um dos maiores especialistas em marketing, defende a importância de manter um portfólio balanceado de produtos e projetos para garantir que uma empresa possa continuar a inovar e a crescer de forma sustentável.

Os pontos chave sobre essa abordagem são:

  • Diversificação de Riscos: Manter um portfólio de produtos e projetos em diferentes estágios de desenvolvimento ajuda a diversificar riscos, pois se um produto ou projeto falhar, outros podem compensar essa perda, minimizando o impacto financeiro e estratégico.
  • Fluxo Contínuo de Inovações: Ter uma variedade de produtos em diferentes estágios – desde a concepção até a maturidade no mercado – garante um fluxo contínuo de novas inovações, mantendo a empresa relevante e competitiva, adaptando-se constantemente às mudanças do mercado.
  • Alocação Eficiente de Recursos: Um portfólio bem balanceado permite uma alocação mais eficiente de recursos, já que as empresas podem direcionar investimentos e esforços para produtos e projetos com maior potencial de retorno, enquanto continuam a nutrir e desenvolver ideias emergentes.
  • Aproveitamento de Sinergias: Diferentes produtos e projetos podem se complementar, criando sinergias dentro da empresa, resultando em economias de escala, maior eficiência e inovação incremental.
  • Resposta às Mudanças de Mercado: Com um portfólio diversificado, a empresa está melhor equipada para responder rapidamente às mudanças de mercado e às novas oportunidades, permitindo uma maior flexibilidade e agilidade estratégica.

De forma semelhante, Cooper, Edgett e Kleinschmidt (2001) destacam a importância de diversificar o portfólio de novos produtos para maximizar o potencial de inovação e minimizar os riscos, combinando a gestão de portfólio com metodologias ágeis, o que permite uma maior flexibilidade e adaptabilidade frente às mudanças do mercado, e defendendo juntamente com Kotler a ideia de que a diversificação ajuda a proteger a empresa contra falhas isoladas, garantindo um fluxo contínuo de inovação.

De maneira simplificada, para se realizar uma boa gestão de portfólio é necessário que as empresas:

Assim, a chave para o sucesso na gestão de portifólios está em avaliar, priorizar e alocar recursos de forma eficiente, garantindo que as empresas possam inovar continuamente e se manter competitivas.

A análise de portfólio é uma prática multifacetada que envolve a combinação de metodologias tradicionais e inovadoras e a gestão eficaz de portfólios de projetos pode proporcionar uma vantagem competitiva significativa, permitindo que as empresas maximizem o retorno sobre seus investimentos em inovação.

Criatividade na Inovação

Por Sandra Elisabeth

Para inovar é necessário mudar! Não dá para fazer inovação sem mudança, pois se tudo está igual, não haverá nada de novo!

A simples mudança não significa inovação, mas não existe inovação sem mudança.

Da mesma forma, a inovação precisa de criatividade para acontecer, e a criatividade não é apenas um pensamento criativo, ela é a junção do pensamento criativo, com motivação e expertise.

O pensamento criativo é a ideia, a identificação de oportunidades não atendidas no mercado que podem se transformar em produtos e serviços inovadores.

A motivação é a vontade de transformar esta ideia em um protótipo, em uma invenção, fazendo com que o pensamento criativo se concretize.

E aqui mora um primeiro problema, pois como a motivação é intrínseca, quando se trata de empresas já consolidadas que desejam inovar, a desmotivação das equipes prejudica o desenvolvimento das inovações, reduzindo as possibilidades inclusive de novas ideias chegarem a ser discutidas pelos grupos de inovação empresarial.

É claro que quando se fala de startups, e inovações de empreendedor, a motivação existe, pois se trata de uma maneira desta pessoa empreendedora desenvolver algo que poderá ser grande, envolvendo em alguns casos até mesmo a realização de um sonho individual.

Portanto, motivação é um dos motores da inovação!

E por fim, a expertise, já que de nada adianta ter uma ideia e estar motivado, se os envolvidos não sabem como fazer para que esta ideia se transforme em um produto ou serviço.

Em empresas já consolidadas esta é uma dificuldade rara, ou facilmente contornada, seja com o desenvolvimento de inovações abertas, ou mesmo com outras equipes internas, que podem deter o conhecimento necessário para transformar a ideia em invenção e após em inovação.

Já para startups este é um ponto problemático, pois em alguns casos, o empreendedor ou idealizador não detém conhecimento técnico-científico suficiente para construir o protótipo inicial e muito menos o produto e serviço completo.

Há casos que estes empreendedores até conseguem recursos financeiros com investidores para contratarem empresas ou outras pessoas para o processo de desenvolvimento, porém, com grandes riscos de seu projeto ser copiado ou mesmo melhorado e lançado por este terceiro antes mesmo da startup idealizadora.

Porém, na maioria das vezes, o que se percebe é o empreendedor desistir da ideia, por não conseguir colocá-la em prática.

Em resumo, a criatividade é um fator importante para inovação, sendo esta criatividade estabelecida pelo pensamento criativo, motivação e expertise, e com as dificuldades encontradas tanto por startups quanto por empresas consolidadas, fica claro os motivos que dificultam tanto que a inovação aconteça.