A inovação em favor do trabalho

Por Sandra Elisabeth

Não muito tempo atrás, nas décadas de 60 e 70 era ainda muito comum no Brasil que crianças trabalhassem ‘registradas’ em fábricas.

E quando digo crianças, são crianças mesmo, de 12, 13, 14 anos de idade!

E eu sei disto, porque minha mãe, minhas tias, meus tios, trabalhavam nesta década (entre 60 e 70), com esta idade!

A história parece triste e fora do contexto deste blog / site! Mas não é! E Vou utilizá-la para meus argumentos.

Minha mãe, minhas tias e tios, quando passaram dos 15 anos de idade, passaram a trabalhar como adultos, 12 horas por dia!

É isso mesmo, 12 horas por dia! Das 5 horas da manhã até as 17 horas, ou 5 horas da tarde!

Então, tivemos em nossa história diversas discussões sobre carga horária de trabalho e inovação tecnológica!

É necessário lembrar que o marco da 3ª Revolução Industrial são os anos 50, isso no mundo!

Não vou me ater a quando as tecnologias chegam no Brasil, porque esta é outra história! O fato é que graças as tecnologias houve um aumento da produtividade e uma grande redução de custos, pois cada máquina poderia produzir muito mais, com muito menos mão de obra!

Agora, alguns irão dizer que as pessoas perderam seus empregos para as máquinas! O que de certo modo é verdade!

Mas possibilitou, por exemplo, no Brasil o surgimento de uma lei específica no final dos anos 90 que proibia menores de 16 anos de trabalharem!

Novamente, é isso mesmo, antes de 1998 crianças de 14 anos podiam trabalhar!

E eu sei disto! Eu tinha exatos 14 anos quando a legislação foi aprovada!

Me lembro que eu fiquei muito revoltada, porque queria trabalhar para ter o meu próprio dinheiro!!!!!

“Crianças…, elas não entendem a importância de estudar e brincar”, e talvez minha geração não sabia, mas esta foi uma legislação muito importante!

Sim, a tecnologia tirou o emprego das crianças!

E fez mais, antes mesmo dos anos 90, o trabalho foi regulado com no máximo 8 horas diárias, 44 horas semanais, e horas extras não podendo ultrapassar um limite de horas!

Então, a tecnologia não tirou empregos! Ela deu dignidade ao trabalhador, que agora tem mais tempo para ficar com a família, e impediu que empresas contratassem crianças pagando meio salário mínimo!

Não contei! Crianças trabalhavam igual aos adultos, mas recebiam apenas meio salário-mínimo! Está na dúvida? Pergunte à um parente seu que TRABALHOU na indústria quando criança.

E agora, vivenciamos mais uma grande revolução industrial, a famosa, Indústria 4.0. Seu marco foi nos anos de 2010! E hoje começamos a discutir uma jornada menor de trabalho para os trabalhadores.

Para uns isto é um absurdo!

Acredito que lá nos idos anos 60, 70, 80 quando se discutiu reduzir a carga de trabalho de 12 horas para 8 horas deva ter sido da mesma forma!

O mais interessante, é que desde lá as empresas produzem mais, com custos cada vez menores, mesmo tendo 3 turnos de trabalho!

Finalizo meu texto com uma análise de Amilcar Herrera, um dos mais influentes pensadores latino-americanos do século XX que dedicou grande parte de sua obra a analisar a relação entre inovação tecnológica e desenvolvimento socioeconômico: “hoje podemos desfrutar de tempo livre graças à tecnologia, sem a necessidade de escravidão”.

O que são Deep Techs e quais seus impactos na sociedade?

Por Sandra Elisabeth

Deep techs são startups baseadas em descobertas científicas e tecnológicas avançadas, que visam resolver problemas complexos e globais, como mudanças climáticas, saúde, segurança e energia.

Diferente das startups tradicionais, as deep techs enfrentam alta incerteza quanto aos resultados e impactos de suas inovações, exigindo um longo período de maturação e um intenso investimento de capital.

O desenvolvimento de uma deep tech envolve a transição por três ecossistemas distintos: o ecossistema de conhecimento, o ecossistema empreendedor e o ecossistema de inovação, de acordo com Borini et al., 2024.

  1. Ecossistema de Conhecimento: É o ponto de partida, onde cientistas fazem descobertas e publicam suas pesquisas.
  2. Ecossistema Empreendedor: Aqui, as descobertas são transformadas em produtos ou serviços comercializáveis, e as deep techs começam a se estruturar como empresas.
  3. Ecossistema de Inovação: Nesta fase, as inovações são integradas ao mercado e à sociedade, ampliando sua presença e impacto.

Os principais desafios enfrentados pelas deep techs incluem a necessidade de um ambiente político e empresarial estável, educação de qualidade, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura robusta, acesso a crédito e capacidade de absorção de conhecimento e superar esses desafios é crucial para que as deep techs possam se

A colaboração entre grandes empresas e deep techs pode resultar em sinergias poderosas, pois enquanto grandes empresas fornecem recursos e infraestrutura, as deep techs trazem agilidade e novas ideias, acelerando o ciclo de inovação, sendo importante para dinamizar processos de inovação e promover mudanças significativas no contexto da inovação no século XXI.

Referências Bibliográficas

  • Borini, F. M., et al. (2024a). The cumulative transitions of the deep tech entrepreneur. RAUSP Management Journal, 59(1), 67-72.